Novas regras do ICMS causam impactos nas empresas de e-commerce e outros segmentos
A nova regulamentação do ICMS (Emenda Constitucional Nº 87, de 16 de abril de 2015) já está impactando as pequenas empresas do país que vendem produtos para estados diferentes da origem, principalmente as de e-commerce. Sistema altamente burocrático, a diferença de alíquota entre estados e a falta de agilidade são alguns dos fatores que estão fazendo os empreendedores a repensar os seus negócios.
Um exemplo é o e-commerce “O Caneco”, focado em vender cervejas artesanais, de Blumenau, Santa Cataria, é uma das empresas que já encerrou as atividades em virtude das mudanças no recolhimento do imposto. Veja o relato do proprietário em https://goo.gl/i63Frj, ou www.ocaneco.com.br.
Esta nova regra do ICMS sobre e-commerce também inviabilizará várias Lojas Online em nossa região, causando reflexos diretos no desenvolvimento e crescimento econômico regional. Estas empresas buscam através do e-commerce ampliar suas vendas para outras regiões do país. Veja alguns exemplos de lojas que trabalham com o e-commerce: www.usinainfo.com.br; www.meufreeshop.com.br; www.terramais.com.br; www.linhalive.com.br; www.tiaraju.com.br, www.elojasbecker.com.br, Extinsolda, Hettwer Bier, Tremotos, Indupropil, Cadiles Calçados, Cisbra, entre outras empresas regionais.
Além do e-commerce, serão impactadas empresas que vendem produtos por meio de comissão, onde, por exemplo, uma fábrica efetua a venda diretamente ao cliente final em outro estado.
Esperamos que o governo veja a ‘insanidade’ que cometeu e corrija isto, permitindo que as empresas possam ajudar o Brasil e superar a crise. Caso não seja alterada esta legislação, com certeza muitas empresas deixarão de existir, piorando ainda mais o cenário econômico.
Abaixo, segue o texto completo sobre o fechamento da empresa de Blumenau, O Caneco:
O Caneco estava em operação desde 12 de dezembro de 2014 e seguia em plena expansão, atendendo clientes em todo Brasil, principalmente no estado de São Paulo. Extremamente emocionado, o fundador do e-commerce, Silvano Spiess disse ao E-Commerce Brasil que o sentimento é de “profunda tristeza”.
Do ponto de vista empresarial, ele explica que tomou a decisão correta e inevitável. “Nossas decisões e diretrizes de trabalho foram tomadas com base nos pilares: Cliente e Governo, sendo que o principal é o Cliente. Quando nos deparamos com a capacidade analítica, temos basicamente duas decisões: SIM ou NÃO. Se digo sim para esta regra e tento adaptar minha empresa a este SIM, automaticamente estou dizendo NÃO para meu cliente, ou seja, deixando de criar valor para o principal pilar”, explica Silvano.
Para Silvano, do ponto de vista empreendedor, o sentimento é de frustração pela incapacidade dos governantes em criar um ambiente saudável para geração de renda, prosperidade e igualdade. “Assim como nós, todos os empreendedores criam seus negócios para gerar lucros, seja a médio ou longo prazo, baseado no seu tamanho, segmento e capacidade de investimento. A partir do momento que você não vislumbra o alcance destes lucros, a decisão mais correta é o NÃO, priorizando o SIM para você”, disse.
Perguntado se ele ainda tem esperanças que a lei seja revogada, Silvano disse que tem a obrigação de ser otimista e de ser o agente da mudança. “As dificuldades serão enormes, porém vamos buscar novas opções, que podem ou não incluir o e-commerce, dependendo do ambiente que for gerado”, desabafa.
Silvano considera pouco provável que a lei seja revogada. Porém, após a repercussão inesperada do vídeo, ele acredita que se todo o segmento se unir, apresentar as dificuldades e impossibilidades, os governantes terão a obrigação de revogar esta insanidade.
Atuando há muitos anos na área comercial da indústria de confecções como representante comercial e sentindo necessidade de inovar e buscar um segmento de alto crescimento, Silvano chegou a conclusão que o caminho seria a tecnologia. “Juntando a experiência comercial e a tecnologia chegamos ao e-commerce”, conta. Silvano define a experiência curta de um ano no e-commerce em uma palavra: “aprendizado”. “Foi uma ano de busca de conhecimento tecnológico e de melhores práticas gerencias, criatividade para driblar a dita crise e motivação para crescer. Um ano muito desafiador, me apaixonei por isso!”, encerrou.
Assista também ao vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=pHM7CWedbNE
Leia ainda: Como a mudança do ICMS afetou profundamente nosso negócio de e-commerce:
https://medium.com/@igorgaelzer/como-a-mudan%C3%A7a-do-icms-afetou-profundamente-nosso-neg%C3%B3cio-de-e-commerce-9cf05282b33a#.yet2gaxsz