Junho: O mês em que começamos a trabalhar para si mesmo
Chegamos ao mês de junho, o período em que o brasileiro “começa a trabalhar para si mesmo”. Segundo o Instituto de Estudos Empresariais (IEE), é até o dia 05 de junho a data em que os brasileiros ainda trabalham para pagar impostos. Em muitos locais do país, ocorre o Dia da Liberdade de Impostos, onde muitos produtos são vendidos à população sem a carga tributária.
Nesses dias de conscientização, percebe-se de forma latente o gigantismo da carga tributária brasileira. Em 2016, segundo o Instituto Brasileiro de Pesquisa Tributária (IBPT), haviam sido 153 dias de trabalho para o pagamento de impostos, montante que há 15 anos era de 130 dias. Segundo o IEE, nos Estados Unidos, o total cai para 98 dias: e no Chile, 94 dias. Somente até 1º de junho de 2017, o governo arrecadou mais de R$ 920 bilhões de reais, segundo o site Impostômetro.
Fonte: http://www.impostometro.com.br
Mesmo com esta alta tributação, que na teoria poderia “resolver” grande parte dos problemas da população, na prática não é assim que funciona. Entre os 30 países com a maior carga tributária, o Brasil continua sendo o que proporciona o pior retorno dos valores arrecadados em prol do bem-estar da sociedade. O Brasil com arrecadação altíssima e péssimo retorno destes valores, fica atrás, inclusive, de países da América do Sul, como Uruguai e Argentina.
46 LEIS TRIBUTÁRIAS POR DIA NO BRASIL
Desde a promulgação da Constituição de 1988 até 2016, o Brasil criou 320.343 leis tributárias. Levando-se em conta o número de dias úteis no período, foram criadas 46 novas leis todos os dias, segundo um levantamento do IBPT. Se continuarmos neste ritmo, nossa complexidade tributária só tende a piorar e complicar ainda mais os negócios do país, que já precisam seguir 40.865 artigos legais para poderem funcionar.
GUINNESS BOOK – LIVRO DOS RECORDES
Além das injustiças e distorções provocadas pelo nosso sistema tributário, a sua complexidade atua como um entrave para empreendedores – e esta burocracia gera custos. Um advogado resolveu correr atrás do número exato desta burocracia toda. Foram quase 20 anos compilando as leis tributárias de municípios, estados e da Federação. O resultado: um livro de 7,5 toneladas, 2,21 metros de altura e 41 mil páginas contendo todas as normas tributárias do país, escritas em fonte tamanho 22. Atualmente, o livro concorre na categoria de mais pesado e com mais páginas do mundo. Ao todo, o trabalho custou R$ 1 milhão – dos quais, 30%, foram gastos com impostos.
Não há muito que comemorar neste dia simbólico a não ser refletir se esse é o caminho que queremos seguir: um estado gigante que retira trilhões de reais por ano, punindo quem produz, além de cobrar altos tributos em produtos básicos que são consumidos pela população mais carente, consequentemente, centralizando recursos na mão de burocratas que decidem o que fazer com o nosso dinheiro que se perde no meio de corrupção, lobbys e burocracia. O melhor seria este recurso no bolso de quem produziu e, ainda mais, ficando no local onde foi produzido ou consumido. Enquanto isso não ocorre, segue relação de alguns produtos e a porcentagem de imposto embutido em cada um deles demonstrando o quão caro, gigante e injusto nosso Estado é!
Higiene e beleza | % tributação |
Algodão de limpeza | 34,67% |
Aparelho de barbear | 40,78% |
Bronzeador | 49,08% |
Condicionadores (banho) | 37,37% |
Cosméticos | 55,27% |
Creme de barbear | 57,05% |
Desodorantes | 37,37% |
Escova de Dente | 34,00% |
Fralda descartável | 34,21% |
Graxa para sapatos | 41,27% |
Papel Higiênico (com 4 rolos) | 32,55% |
Pasta de dentes | 31,37% |
Perfume IMPORTADO | 78,99% |
Perfume nacional | 69,13% |
Sabonete | 31,13% |
Shampoo | 44,20% |
Material de limpeza | % tributação |
Absorvente higiênico | 34,48% |
Água de colônia (nacional) | 50,38% |
Desinfetante | 26,05% |
Detergente | 30,37% |
Esponja de Aço (pacote com 4 unidades) | 40,62% |
Sabão em barra | 30,37% |
Sabão em pó | 40,80% |
Vassoura | 34,27% |
Mercearia | % tributação |
Arroz | 17,24% |
Feijão | 17,24% |
Açúcar | 30,60% |
Sal | 15,05% |
Farinha de trigo | 17,34% |
Macarrão | 16,30% |
Óleo | 22,79% |
Café | 16,52% |
Margarina | 35,98% |
Leite em pó | 28,17% |
Achocolatados | 38,06% |
Maionese | 33,77% |
Catchup | 40,96% |
Vinagre | 33,70% |
Pão de forma | 16,86% |
Gelatina | 37,19% |
Fubá | 25,28% |
Lentilha | 26,20% |
Enlatados | % tributação |
Ervilhas | 36,05% |
Molho tomate | 36,05% |
Milho verde | 36,05% |
Carnes | 23,99% |
Ovos | 20,59% |
Bebidas | % tributação |
Água c/ açúcar e edulcorantes (h2o) | 53,02% |
Cerveja | 55,60% |
Refrigerante lata | 46,47% |
Água | 37,88% |
Cachaça | 81,87% |
Suco | 36,21% |
Eletrodomésticos | % tributação |
Liquidificador | 43,54% |
Secador de cabelos | 47,88% |
Geladeira | 38,21% |
Fogão | 41,22% |
Micro-ondas | 59,37% |
Diversos | % tributação |
Chocolates | 39,61% |
Cigarros | 83,32% |
Soro | 30,05% |
Aparelho celular | 39,80% |
Gasolina | 56,09% |
CD (Compact disk) | 37,88% |
Fonte: www.impostometro.com.br
Autor: Felipe Fontana – Empresário EXPERATO INVESTIMENTOS e 2° Tesoureiro da ACISA
Douglas Ciechowiez Clélia de Castro Koch Gilberto Aiolfi
Presidente ACISA Presidente CDL Presidente Sindilojas